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ITABUNA - RESOLUÇÃO DE CONJUNTURA DO PSOL ITABUNA



1. A classe trabalhadora brasileira vivenciou uma série de retrocessos nos últimos anos, desde o golpe parlamentar de 2016 até o fim do governo Bolsonaro, período marcado por duros ataques ao povo trabalhador, em especial ao povo preto, as mulheres, indígenas e LGBTQIAPN+ que tiveram suas existências vistas como inimigas pelo governo de extrema direita e resistiram com muita luta. Um governo negacionista corresponsável pela morte de mais de 700 mil brasileiros e brasileiras, na pandemia de covid-19, dentre eles cerca de 400 mortos em Itabuna. Um cenário que levou o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) a abrir mão da candidatura própria à Presidência da República pela primeira vez na sua história e construir a candidatura de Lula desde o primeiro turno, mantendo sua independência política e programática. Após mais de um ano de governo Lula, o PSOL segue tendo como principal tarefa o combate a extrema direita e a luta pela efetivação do programa eleito nas urnas em todo Brasil.


2. A Bahia foi parte fundamental da vitória política e eleitoral de Lula em 2022. Salvador foi a capital do Brasil com maior votação percentual para a derrota de Bolsonaro. No entanto, após 17 anos de experiência petista no governo, a Bahia mesmo tendo o 7º maior PIB do Brasil, segue com uma concentração de riquezas absurdas, concentrada nas mãos de poucos, o que tem levado o estado para uma profunda desigualdade social, fruto de quase meio século de carlismo e que o PT foi incapaz de enfrentar estruturalmente, apesar de algumas medidas pontuais. Diante do aprofundamento da política genocida da Polícia Militar, levando a Bahia à vexatória liderança de assassinatos pelo Estado, segundo o relatório do Anuário de Segurança Pública, aliado a uma politica de duros ataques ao funcionalismo público, o PSOL Bahia aprovou em seu último Congresso Estadual, em 2023, a independência em relação do governo estadual.


3. Em Itabuna o cenário eleitoral de 2022 se expressou com uma ainda significativa localização da direita, indo na contramão da maioria do estado. O que para nós se dar devido a uma série de fatores históricos, mas recentemente, ao apoio de setores da esquerda, que capturados pela institucionalidade, seguem em apoio ao governo municipal. Que por se tratar de um governo de coalizão que assume os valores da elite econômica local, com forte presença de setores conservadores, praticando um modelo neoliberal em sua gestão. O que se reflete na ausência de politicas públicas que respondam as necessidades da maioria da população. Não por acaso, diversas manifestações acontecem cotidianamente como expressão da indignação popular, diante da falta de respostas à crise nos serviços essenciais básicos no município, a exemplo, da situação da saúde, saneamento básico, educação, transporte, cultura e infraestrutura, e nas denúncias de corrupção. Que ficam ainda mais evidentes a cada novo ano, diante das questões climáticas que demonstram o aprofundamento das desigualdades sociais e a urgência de medidas que garantam as condições adequadas para que todas as pessoas possam viver de maneira digna, além da necessidade do governo municipal ir na contramão do seu atual modelo de gestão, que destrói as áreas verdes da cidade e que tem se demonstrado incapaz de apresentar um plano articulado para superação dos problemas históricos nesse área, para além de saídas artificiais.


4. Tal caracterização reforça o acerto que fizemos ao lançar nas últimas eleições municipais, ocorridas em 2020, as candidaturas de Professor Max e Ciro Sales (prefeito e vice), além de uma chapa proporcional com 18 nomes. Uma chapa que buscou ser a expressão das lutas sociais no município e que cumpriu o importante papel de ser a voz de muitas pessoas. Ainda assim, nossos limites apresentados ao longo do processo, em meio a pandemia da covid-19, acabaram por fazer com que ficássemos distante do nosso potencial político e eleitoral. Na próxima eleição temos o desafio de construir uma bancada do PSOL no Poder Legislativo reafirmando também um programa popular para prefeitura de Itabuna, do tamanho dos sonhos do povo grapiúna.


5. Diante desse cenário, fortalecendo o compromisso com o povo de Itabuna e nossa aliança estratégica com os movimentos sociais, o PSOL Itabuna ratifica sua posição de independência em relação ao governo municipal. Isso pressupõe que o PSOL reafirma o espaço de oposição de esquerda que ocupa frente ao atual governo municipal. Neste sentido, seguiremos nas ruas, nas escolas, universidades, espaços de cultura e outros territórios, lutando em defesa dos interesses da classe trabalhadora, da juventude, dos povos indígenas, dos quilombolas, das mulheres e do povo negro. Apoiando medidas que atendam os interesses populares e combatendo as que lhes retiram o direito a uma vida digna e plena.

 


Itabuna-BA, 24 de fevereiro de 2024

 

Diretório Municipal do PSOL Itabuna

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